quarta-feira, 12 de junho de 2013

Mais uma tentativa....

Aproveitando o aniversário do Serafim, avô do Álvaro, e como ele é um guloso por pastéis de nata, resolvi fazer mais uma tentativa de preparar os ditos.

Já no ano passado tinha experimentado uma receita que me agradou, mas ou por defeito da massa folhada, ou do forno ou do pasteleiro, o que resultou mais pareciam queijadas do que pastéis de nata.

Desta vez escolhi outra marca de massa folhada ( a preguiça e a falta de confiança ainda não me levaram a fazê-la de raiz), preparei todos os ingredientes e mãos à obra.

Como só tenho 12 formas e a receita dava para mais quantidade optei por fazer duas fornadas.


A primeira dúzia à saída do forno.


Apesar de ter excedido o tempo de cozedura não consegui que ficassem com o creme 'queimado'.




 Como os primeiros não ficaram muito apelativos marcharam logo ao almoço e ao lanche.



Depois de alguns acertos a segunda dúzia já ficou melhor...



De qualquer modo vou continuar a tentar pois pode muito bem ser que siga um dos conselhos iniciais do Álvaro ( o não ministro dos pastéis de nata) e monte aqui uma banquinha de pastéis de nata à Tiranesa.





Como referi o aniversário do Serafim, aqui fica a reportagem da ementa do jantar:








A perna de borrego ficou de véspera numa marinada de limão, laranja e vinho branco com os respectivos temperos de alho, massa de pimentão, cravinho, louro, rosmaninho e sal.





 Na tarde seguinte foi ao forno por duas horas e meia e ficou com este aspecto...


Para acompanhar os pastéis de nata ainda fiz este bolo húmido de chocolate com morangos.



É evidente que no dia seguinte o Serafim já estava outra vez preocupado com os diabetes...

domingo, 12 de maio de 2013

Bathë (que é como quem diz favas...) parte II

Ontem depois de almoço, dedicámo-nos à tarefa de descascar os cerca de quatro quilos de favas.


À noite arranjei o entrecosto, sal, alhos, louro e frigorifico com ele.

Hoje de manhã comecei a preparação das ditas com todos os ingredientes possíveis...

O chouriço faltou à foto
  


Esturgido de uma boa cebola finamente picada, cinco dentes de alho dos novos que ainda não estão secos (comprei um molho com uma dúzia de cabeças ainda com a rama verde e que tenho a secar na varanda), juntei um pouco de 'panceta affumicata' (bacon) bem picada, um gole generoso de azeite local (com pouquíssima acidez e óptima qualidade que compro em latas de 3l na Natyral aqui no prédio) e já com a cebola translúcida, juntei o entrecosto.

Após alourar o entrecosto juntei o vinho branco e o chouriço de carne (italiano) um pouco picante mas bastante parecido com os nossos melhores.

Finalmente juntei as favas, dois cebolos com rama, picados e uma pitada de açúcar (truque que aprendi com a minha avó materna), caldo de legumes a cobrir e tampa no tacho.

Ainda no tacho...


Após cerca de duas horas em lume médio e várias 'agitadelas' do tacho aqui está o resultado. Bem sei que falta o chouriço mouro mas paciência que não se pode ter tudo.






Só sobraram os ossos...


Já na mesa...





O vinho escolhido foi um merlot Croata 'Moletto Verde', muito aceitável.
















Bom apetite....

quinta-feira, 9 de maio de 2013

Bathë (que é como quem diz favas...)

Aqueles que me têm seguido na blogoesfera desde o ano passado, devem lembrar-se do 'episódio das favas'.

Como já é a época das ditas e nada de as ver por cá, decidi fazer uma prospecção mais apurada dos meus locais já habituais de compra de frutas e legumes.

Assim comecei por aprender como se diz favas por estes lados e sempre que falava em 'bathë' ou levava com o famoso 'jo' (não) ou então apareciam uns feijões ainda nas vagens (descobri que a palavra tanto dá para favas como para feijões, embora o feijão seco seja 'fasule').
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Até que numa das bancas vi que tinham 'bizele'(ervilhas) e pegando numa lá voltei a perguntar por 'bathë' e aí com um sorriso enorme a velhota lá tirou de dentro de um saco as famosas favas...

As ditas já em casa...

Este fim-de-semana vai ser um fartote...depois conto.

Bom apetite


segunda-feira, 22 de abril de 2013

O equipamento básico...

Quando alugámos o apartamento onde vivemos aqui em Tirana, verificamos que o equipamento da cozinha era muito reduzido. Tinha um fogão eléctrico e a gás, um combinado de frio e meia dúzia de copos.

Pedimos a instalação de uma máquina de lavar louça e toca de ir comprar talheres, pratos, chávenas e copos, tachos, frigideiras... em suma, o mínimo para que pudéssemos começar a cozinhar e a comer em casa.

A compra deste tipo de material não foi difícil pois encontramos várias lojas com bastante variedade de equipamento, na grande maioria italiano ou alemão de excelente qualidade.

Consegui resistir a comprar conjuntos topo de gama, limitei-me ao essencial numa primeira fase mas estou bastante satisfeito com o que comprei nessa altura. Ao longo deste ano fui completando o equipamento necessário a uma cozinha normal, com compras cá, e mais umas coisas que fui trazendo de Lisboa.

Já não me recordo do que foi a nossa primeira refeição cá em casa, mas não me esqueço de que quando, já com a comida na mesa, me preparei para abrir a garrafa de vinho francês, não havia saca-rolhas...felizmente tinha o meu canivete suíço. Nessa tarde lá fui às compras novamente.

Ontem falei-vos do pregado com que comemoramos o nosso 1º aniversário cá, aqui está o resultado.

Resolvi fazê-lo assado no forno acompanhado por pimentos vermelhos e verdes, cebolinhos, beringela e batatas novas.

Os legumes

O artista principal


À saída do forno

 
Que falta que nos faz um gato...



Estava uma delícia...

Bom proveito.

domingo, 21 de abril de 2013

Um ano em Tirana





É verdade faz hoje um ano que tivemos a nossa primeira refeição em Tirana.

Depois de algumas voltas pelo centro da cidade decidimos experimentar um género de churrasqueira que tinha um aspecto agradável e com bastantes clientes, o que indiciava alguma qualidade 'restaurativa'.

Assim, entrados e sentados numa mesa no meio da sala, verificamos que os dois empregados só falavam albanês, pedimos a ementa e não ajudou nada pois também esta era na língua local, para nós, completamente incompreensível.

Um dos empregados ainda tentou que algum dos outros clientes nos ajudasse mas foi inútil, nenhum presente  falava outra língua. Mas tudo se resolveu facilmente, apontei para umas canecas de cerveja na mesa ao lado e logo um rasgado sorriso apareceu, a seguir fui até ao balcão vitrina em frente ao assador de carvão e a dificuldade esteve na escolha: salsichas (3 ou 4 variedades), entrecosto, entremeada e fígado de porco; costeletas, mão e cabeças de borrego e umas outras partes não identificadas.

Ao lado uma grande variedade de pimentos, cebolinho, beringelas  batatas cozidas e fritas, tomate e alface compunham os acompanhamentos.

O nosso 1º almoço 

Os acompanhamentos

Os grelhados
Não foi um almoço requintado, mas foi interessante e para primeira experiência até foi positiva. É preciso dizer que durante toda a refeição fomos os alvos dos olhares dos nossos companheiros de refeição. Eram na sua maioria pessoas simples de uma faixa etária mais alta o que explica o facto de não falarem inglês.

A realidade, na maioria dos restaurantes que depois deste costumamos frequentar, é que têm pessoal jovem a servir falando bem inglês ou italiano, as ementas são bilingues o que torna tudo mais fácil.

Para assinalar este primeiro aniversário vou preparar para o almoço um pregado assado no forno com legumes acompanhado por um riesling italiano de que posteriormente darei notícia.

Bom proveito

sábado, 20 de abril de 2013

Porquê comidinhas?

Sempre gostei de comer e de cozinhar. É  verdade que não sendo um técnico especialista nesta área, geralmente saio-me bem nos cozinhados onde me meto.

Quando cheguei a Tirana, há um ano, vinha um pouco preocupado com o que viria encontrar na área da alimentação: diferentes hábitos, falta de produtos e utensílios, dificuldade de comunicação eram tópicos que tinha que resolver rapidamente.

Nos primeiros dias foi fácil verificar que há uma enorme oferta de restaurantes e cafés espalhados por toda a cidade, e embora ainda hoje não seja fácil ir a um restaurante tradicional albanês, há muitos por onde escolher de cozinha internacional (italiana principalmente).

Nestes, regra geral, fala-se inglês ou italiano e há ementas bilingues o que facilita a tarefa da escolha. Nos poucos tradicionais que já visitei a comunicação não é tão fácil e o melhor é ir directo ao balcão expositor e escolher o que se quer comer (normalmente carnes grelhadas), isto limita a prova de pratos típicos que se vêem nas outras mesas mas que raramente provei.

Mas o que me interessa aqui é dar a conhecer o que cá por casa vou conseguindo fazer na cozinha que consegui ir equipando e que já não difere muito da minha em Lisboa  (Eleven de Miraflores lembram-se?) e de algumas peripécias na obtenção dos produtos necessários para as confecções culinárias.

Eventualmente também falarei de restaurantes que tenha visitado por aqui e que mereçam referência.

Bom proveito.